“E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e
em todo o conhecimento, para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até o dia de Cristo; cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.”
(Filipenses 1:9-11)
em todo o conhecimento, para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até o dia de Cristo; cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.”
(Filipenses 1:9-11)
DOS OBSTÁCULOS À JUSTA APRECIAÇÃO DAS COISAS E DO MODO DE VER PARA AS BEM CONHECER
O que nos impede de julgar corretamente às coisas é nossa tendência de nos deixar levar pelo amor ou ódio que nos é inspirado à primeira vista. O entendimento, obscurecido pelas paixões, não vê as coisas tais como elas são. Para evitar esta ilusão, estejais sempre com cuidado em conservar uma vontade inteiramente livre de toda afeição desordenada. Quando um objeto vos é apresentado, veja-o com os olhos da inteligência, considere-o amadurecidamente antes que o ódio o faça rejeitar, caso o objeto seja contrário às inclinações de vossa natureza, ou que o amor lhe faça abraçá-lo, caso ele flerte vossos desejos.
Vossa compreensão, livre das nuvens da paixão, possua uma visão plena e clara para conhecer a verdade; ela é apta a descobrir o mal sob um atrativo prazer enganoso e a discernir o bem sob o véu de um mal aparente. Mas se a vontade já se inclinou ao amor ou ao ódio por tal objeto, o entendimento é incapaz de bem julgar. A paixão que é colocada entre o objeto e o entendimento ofusca este último ao ponto de lhe fazer julgar o objeto como sendo algo diferente do que é realmente. A compreensão propõe então à vontade, sob esse deturpado julgamento, que ela em sua exaltação deixe-se ser arrastada ao amor ou ao ódio contra todas as leis da razão. A paixão obscurece mais e mais a inteligência, e a inteligência assim obscurecida faz parecer à vontade ser o objeto mais amável ou mais odioso que nunca. É assim que, sendo falha a observância da regra que coloquei e que aqui é de uma importância extrema, a inteligência e a vontade, estas faculdades tão nobres de nossa alma, vão miseravelmente a tropeçar, e a cair de erro em erro, até ao mais profundo do abismo.
Estejais então, alma cristã, com todo o cuidado de toda afeição demasiada de qualquer coisa que não tenha antes examinado com cuidado e reconhecido pelo que é verdadeiramente, à luz da inteligência, e mais ainda, à luz da graça da oração e dos conselhos do vosso Pai Espiritual.
Estas precauções, vós deveis lhes tomar principalmente em certas ações exteriores, que são boas e santas, porque tem estas, mais que as outras, o perigo de engano e indiferença. A má escolha do tempo ou lugar, um erro de medida, uma falta de obediência poderiam fazer você muito pernicioso, como pode ser convencido pelo exemplo de muitas pessoas que estão perdidas nos ministérios mais santos e mais louváveis.
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