domingo, 25 de dezembro de 2011

VIDA PLENA COM, E EM CRISTO JESUS



Pr. Henrique Araujo


Paulo inicia o capítulo 8 de Romanos falando acerca do fracasso da lei (8.1-4). O sistema de vida mediante obediência a lei não logrou êxito. O que fracassou na lei, triunfou em Cristo: a graça (8.1-2). A exigência da lei, do homem levar uma vida reta, poderia ser levada a cabo pelo homem, mas não no homem. Isto é o que era impossível à lei (8.3). Cristo age internamente. Ele pode fazer-nos andar retamente com uma disposição interna para tal, produzida pelo Seu Espírito (8.4). A lei não podia assim fazê-lo. À ela isto era impossível. Por isso, a nova lei na qual vivemos é a do espírito de vida, pois apenas esta lei, a disposição interna produzida por Cristo para viver retamente, pode nos livrar da morte (8.2). Cristo pode ser esse agente pois pela Sua encarnação identificou-se humanamente com a humanidade, mas sem pecado, por isso Paulo ressalta que Ele veio “em semelhança da carne do pecado” (8.3). Ele foi humano, mas sem pecado (Hb 4.15). Sua geração foi do Espírito Santo (Lc 1.35).
Após falar sobre o fracasso da lei, Paulo agora fala sobre a vitória da graça (8.5-13). A vida da graça é a vida do Espírito em contraste com a vida da carne sob a lei. A vida no Espírito nos conduzirá a coisas análogas ao Espírito (8.5). Nos conduzirá à vida e paz (8.6) e não à morte, que é a inclinação da carne. A carne, por natureza, é insubmissa a Deus (8.7) e não pode agradá-lo (8.8). Paulo volta-se aos leitores, lembrando-os de que o Espírito Santo é o que vitaliza (8.9), assim sendo, a carne, o corpo, está morto por causa do pecado, mas a justiça de Deus cumprida em Cristo, a justificação vivifica o Espírito (8.10; Ef 2.5). A presença do Espírito é garantia da ressurreição futura em nossa vida, assim como fez com Cristo (8.11). O Espírito Santo é o penhor da nossa salvação, ressurreição (Ef 1.14; 2Co 1.22, 5.5). Sendo redimidos por Cristo e tendo o Espírito como penhor da salvação, não devemos nada à carne (8.12), mas devemos viver segundo o Espírito (8.13).
O alvo da graça é ressaltado (8.14-17): viver de acordo com o Espírito (8.14). Na vida do Espírito a disposição de servir ao pecado, ou seja, o espírito de escravidão não deve estar em nós gerando o medo da morte pela lei, mas o Espírito Santo que nos foi dado clama pela presença do querido Pai (Abba Pai, 8.15). O Espírito Santo testifica a nossa filiação como adotados por Deus quando clama em nós pela presença de Deus (8.16). A consequência desta filiação é sermos herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo, participantes da herança de Cristo (8.17). Reproduzindo a vida de Cristo na terra, identificamo-nos com Seus sofrimentos preenchendo o que resta de Suas aflições (Cl 1.24). Não que nosso sofrimento seja redentor, mas que através de nossa conduta de firmeza na fé em meio à sofreguidão apontamos para Cristo completando seus sofrimentos.
Após falar do fracasso da lei (8.1-4), vitória da graça (8.5-13) e alvo da graça (8.14-17), Paulo fala da glória que há de ser revelada na vida do cristão (8.18-27). Em face dessa glória, os sofrimentos são ínfimos e suportáveis (8.18). A glória de Deus será revelada e concretizada de forma plena na vida do cristão (2Co 3.18). Paulo estriba sua certeza de que um futuro de glória será revelado na criação por completo pelo fato do anelo desta mesma criação ser um anelo de ser liberta da corrupção promovida pelo pecado que sobre ela adveio em virtude do pecado humano.
A criação aguarda a revelação da glória de Deus em Seus filhos (8.19). Esta revelação (¢pok£luyin) é consumada de forma escatológica, quando da redenção final. Entretanto, os filhos de Deus, vivendo em meio à tensão cósmica entre o já e ainda-não do Reino podem antecipar vislumbres desta revelação futura através da evidenciação de seu procedimento redimido em seu trato com a natureza. Pois esta mesma natureza ficou sujeita a ser uma coisa vã, sem valor, sem importância (mataiÒthti) por causa do decreto Divino da consequência do pecado sobre a raça humana (8.20; Gn 3.17). Ela aguarda a concretização da plenitude da redenção para receber a liberdade que os filhos de Deus têm por meio de Sua glória, da escravidão à qual ficou sujeita (8.21), pois até hoje a criação sente as conseqüências do pecado do homem (8.22). O texto apresenta nítidos paralelos com Isaías 26.17-18: “Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto, e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós por causa da tua face, ó Senhor! Bem concebemos nós, e tivemos dores de parto, mas isso não foi senão vento: livramento não trouxemos à terra, nem caíram os moradores do mundo”.
A terra dá sinais de cansaço. No “Apocalipse de Isaías” (conforme chamado pelos estudiosos o trecho de Is 24.1 a 27.13), Isaías já profetizava que a terra cambalearia como ébrio e Deus a esvaziaria, pois o homem tem maltratado a criação (Is 24.1-6, 20). A terra é dEle (Lv 25.23); por isso ela não poderia ser vendida em perpetuidade. Somos mordomos e devemos cuidar bem dela. É como o sol, que é dEle e Ele reparte conosco (Mt 5.45).
Após observar o que o texto diz, pensemos no tema: “Com vida plena preservemos o mundo”. Este mundo refere-se à grande casa global na qual todos vivemos conjuntamente: homem e natureza. Menos megalomanicamente, pensemos no mundo ao nosso redor. À luz do texto supracitado, como podemos preservar o mundo (ao nosso redor)?Preservaremos o mundo ao nosso redor antecipando as bênçãos do porvir no trato com a criação através do cumprimento dos princípios bíblicos. Assim sendo:
Cuide da criação. A criação geme, pois sente a falta de cuidado do homem consigo mesma, consequente do pecado. O cristão deve cuidar da criação. O sábio exemplifica dizendo lembrando-nos que O justo cuida dos seus animais (Pv 12.10), por isso, cuide deles. Não chute cachorro. Não amarre gatos. Não mate rolinha (se não for para comer). Transporte de animais para venda em condições absurdas é prática cruel não difícil de ser encontrada. Poluição de fontes d’água, desvio de cursos de rios para fins egoísticos como embelezamento de propriedades ou com fins financeiros, como para construção de mini-hidrelétricas têm devastado ecossistemas inteiros. Queimadas sem número tem gerado doenças respiratórias graves e esterilidade da terra.
Não desperdice.O negligente na obra é irmão do desperdiçador (Pv 18.9). Ao multiplicar os pães e peixes, Jesus mandou recolher os que sobraram (Mt 15.37). Não desperdice recursos hídricos, alimentícios, agrícolas. Feche a torneira ao fazer a barba. Não gaste meia hora no banho. Coma o arroz que sobrou. Use a pasta até o final. Use bem suas roupas. Não fique trocando de carro futilmente. Coloque o sabão no ponto. Seja menos consumista.
Seja limpo. As fezes deveriam ser feitas fora do arraial (Dt 23.12-13). A limpeza preserva a criação. Deus é um Deus de ordem. A terra estava um caos e Ele a ordenou (Gn 1.2). A unção de Cascão não é de Deus. Você é templo do Espírito Santo: seja limpo – cuide do hálito, chulé, axilas, cera, odores e etc. Tenho uma hipótese de que depois que o homem pecou que ele começou a cheirar mal. Tudo o que sai do homem cheira mal. Creio que, antes da queda, ele deveria cheirar bem. Cuide da limpeza ao seu redor: guarda-roupa, gaveta, papel no chão, resto de comida, louça, etc. Lembre-se: tudo se limpa: carro, móveis, etc. A limpeza de uma casa não depende de seu valor, mas de zelo. Luciano Huck deu uma casa nova a chinesas que em seis meses a devastaram.
A conclusãoé que a única forma de preservarmos o mundo é cumprindo os princípios bíblicos. Cumprindo os princípios bíblicos usufruiremos de vida plena. Mas só conseguiremos cumpri-los por meio de Cristo. Precisamos estar crucificados com Ele (Gl 2.20), para ter a mente dEle (1Co 2.16), andar como Ele (1Jo 2.6) e agir como Ele (Jo 13.15).

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