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terça-feira, 27 de dezembro de 2011
O FUTURO DOS MINISTÉRIOS (IGREJA) OPINIÃO.
Pastores futuros “profissionais”
De acordo com alguns pregadores, o futuro do evangelho pode ser um tipo de mercantilismo
Sergio Dias
sdias@jornalpalavra.com.br
Dando continuidade a matéria “Igrejas do Futuro”, estaremos abordando neste mês o tema “como será o tipo de pastor do futuro”. Que mensagem pastoral teremos? Quais as características marcantes que o pastor ou líder da igreja terá num futuro próximo? Os pastores serão itinerantes, terão ministérios independentes, serão mais profissionais ou suas mensagens terão um tom mais avivalista?
A idéia que se tem, a cada dia, é que a mensagem pregada em nossos púlpitos está ficando mais humanista, dizendo ao povo o que “ele quer ouvir” não o que precisa ouvir. Essa opinião é divida por pastores que contribuíram na última edição. Agora, estaremos analisando como os pastores modernos, dentro de 15 ou 20 anos, estarão se comportando e atuando no ministério. Na opinião do pastor Ezequiel Teixeira, presidente do Conselho de Pastores e Ministros do Evangelho do Rio de Janeiro (COMERJ) e presidente do Projeto Vida Nova, a grande missão dos pastores do futuro é “estarem alinhados com o alto padrão bíblico de comportamento, ética e conduta, que tanto serviu para o passado, como serve para o presente e servirá para o futuro”.
Para ele, a mensagem nos próximos 15 ou 20 anos continuará a ser “Cristocêntrica”, ou seja, mantendo Cristo como o tema principal das pregações. “Eu creio que a igreja do Senhor Jesus, nesses últimos dias, tem que ser altamente comprometida com Deus. Entretanto, como será a característica, se mais aviva-lista ou humanista, é impossível determinar”, conclui o pastor. Mas, para o pastor Denis de Oliveira, presidente das Assembléias de Deus – Ministério Poder de Deus (RJ), o pastor do futuro será real-mente mais avivalista: “Atualmente noto uma tendência muito forte apontando para as mensagens de aviva-mento”, afirma.
Sendo assim, é possível que tenhamos um perfil de pastor do futuro do tipo “popular”, que se usa de mensagens avivadas para conquistar um público. Existirá um “líder” que se utliliza do púlpito, como um tipo de “profissional”? Para Ezequiel Teixeira, isso pode acontecer em alguns casos, muito pela falta de oração: “Quando negligenciamos nossa vida de oração, começa um declínio espiritual. E se o pregador ou líder de igreja for profissional do púlpito, aí mesmo que ele não tem tempo para orar e seu ministério fracassa”, analisa.
Templos futuristas?
Imaginemos que, sendo um profissional, esse líder possa ser vaidoso, por conta de sua popularidade. É possível imaginar qual seria a tendência destes pastores ao projetarem suas igrejas? O pastor Denis responde dizendo acreditar que “é um pouco difícil fixar um perfil de ‘igreja evangélica bonita’ ao menos aqui no Brasil. Mesmo que seu pastor seja vaidoso.
Atualmente vemos o crescimento expressivo dos evangélicos. Esse avanço muitas vezes não permite projetar templos formosos. Salões de lojas, galpões, um supermercado falido, etc., se tornam ‘igrejas’ da noite para o dia. Uns irmãos ajudam na pintura, outros ajeitam o púlpito, os bancos, etc. Enfim, disponibilizar o básico para se começar um trabalho. Creio que esta formatação ainda perdurará um bom tempo”, diz.
Futuro na televisão
Outra característica marcante é o uso dos meios de comunicação de massa, como rádio e televisão, antes tão combatidos pelos líderes evangélicos. Será que “pregadores eletrônicos” serão os orientadores espirituais do povo de Deus no futuro? “Não. No meu entender, a televisão contribuirá muito, mas ainda não é a forma mais eficaz de pregarmos a palavra de Deus. Uma igreja que pretende ser coerente com as Escrituras nunca deve se esquecer do evangelismo pessoal, onde cada vida gera outra vida e a consolida, ajudando-a no desenvolvimento espiritual”, afirma Ezequiel Teixeira. Mas, há o risco de aparecer um pastor eletrônico e conquistar o povo? “Riscos nós sempre vamos correr, mas não acredito que teremos um púlpito eletrônico, com rebanho e tudo. Até por que os espaços são caros e isto inibe o congestionamento de pastores”, analisa.
Na verdade, apontar para o futuro e definir o que vai acontecer é impossível para nós, humanos. Somos impossibilitados pelas nossas limitações naturais e, por que não, também espirituais, a enxergar o futuro de uma igreja evangélica, independente da denominação. Mas, analisar as tendências, tomando como base o que está sendo posto em prática nos templos protestantes de hoje é uma reflexão que vale a pena fazer. Foi com este intuito, que o JP apresentou estas matérias ao seu público, na intenção de fazer com que possamos refletir acerca dos erros do passado e de hoje, para que possamos ter no futuro uma igreja cada vez mais saudável, comprometida fielmente com o evangelho. Como será o amanhã das igrejas evangélicas? Deus responderá! Em breve...
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