segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Em que sentido não podemos julgar?



"Deus julgará os segredos dos corações" (Romanos 2:16).




A Bíblia diz: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e (com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mateus 7:1,2). A palavra julgar tem dois sentidos diretos, ao menos na Bíblia; um aponta para a ideia de condenar, a outra de analisar e obter discernimento sobre tudo. Em Mateus 7:1 lemos: “Não julgueis, para que não sejais julgados”. Neste caso, o que Cristo orienta a não se fazer é o julgar na perspectiva do condenar. Quando vamos ao grego esta ideia fica exposto ainda mais evidente.
No correlato em Lucas 6:37, é óbvio perceber a palavra julgar nesse caso como sinônimo de condenar: “não condeneis e não sereis condenados”. E mais ainda: esta ordem é uma repreensão àqueles que julgam o próximo tendo a si mesmos como medida ou padrão. Apenas a autoridade da Palavra pode fazer isso.
Então em um contexto amplo, não cabe a nós a aplicação da pena ao infrator, fazer justiça com nossas mãos ou fazer o que só a Deus cabe (por isso também vemos tanto sobre o perdão em todo o capítulo). A partir disso entendemos Paulo II Timóteo 4:1. Em Tiago 4:12 fica mais claro ainda: “Há apenas um Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem é você para julgar (condenar) o próximo?”.

Julgar como discernimento e retendo o que é bom

Julgar no sentido de analisar tudo para “ficar” com o que é proveitoso, e advertir do erro e consequências, é um dever (I Tessalonicenses 5:21). A Bíblia diz também que julgaremos os anjos, se deve julgar as profecias e os profetas (Romanos 14:13, I Coríntios 5:12 e 6:2-5, Judas 1:15). Há crentes fazendo o que não deve, e aí quando ouve uma exortação já vai dizendo: não julgue. Fico até pensativo de como João Batista, seria por muitos de hoje criticado como um “julgador”.
Jesus ter dito não julgueis não é senha para camuflar pecados, não haver o disciplinar e aceitar doutrinas erradas. O que temos de ter cuidado, é para não julgarmos pela aparência: “Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos” (João 7:24);“Deus julgará os segredos dos corações” (Romanos 2:16).
Também entendamos Jesus no que diz em João 8.15-16. Quando Ele disse “eu a ninguém julgo”, logo em seguida diz “o meu juízo é verdade concreta”. Ele está a enfatizar a origem de seu julgar, que era pela autorização de Deus Pai.
Por exemplo, quando um infrator vai para a prisão não foi em si o juiz que o culpou, mas as leis estabelecidas é que o condenam. Por isso Jesus não veio para condenar e sim salvar da sentença da lei, que nos revela a incapacidade de se cumprir ela por si só.
* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
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